Filantropia
Trabalhando com artistas, curadores e galeristas para melhorar a educação, a qualidade de vida, e a forma com que as pessoas interagem com o mundo.
Parte significativa do nosso trabalho é dedicada à filantropia, apoiando projetos que contribuem para aprimorar a educação, enriquecer a cultura e preservar a natureza.
Temos convicção de que a arte possui o poder de transformação na maneira como nos relacionamos com o ambiente ao nosso redor, reiterando nosso compromisso com a cultura e o meio ambiente.
2021 | Just Breathe | The55Project and Mana Contemporary
Num mundo regulado por algoritmos, consumismo e frenesi, nos vimos presos em nossas casas, conferindo a vida dos outros através de pequenas telas e refletindo sobre como poderia ser depois que a vida voltasse ao normal.
Hoje fazem dois anos que a pandemia começou, mas é um dia especial, por que pela primeira vez podemos nos reunir para celebrar novamente a liberdade, a coletividade e a arte.
Just Breathe… nos leva para um lugar puro e íntimo, onde cada um dos 17 artistas convidados apresentam seus sonhos, pensamentos e alertas para o mundo. Um exposição coletiva, de maioria feminina, que nos convida a refletir sobre a arte como ferramenta de comunicação e transformação.
Na série “Brasões”, de Kika Carvalho, as pipas foram realmente confeccionadas e dadas para crianças no Morro da Piedade, no Rio de Janeiro. As pipas, que representam Exu e Yansan, entidades da Umbanda e Candomblé, dão visibilidade a cultura negra que é muitas vezes demonizada, mas também a simbologia de como as crianças pretas são afastadas da sociedade.
Beatriz Chachamovits, artista radicada em Miami, tem como base de sua pesquisa os corais e sua importância na produção de oxigênio e no equilíbrio da Terra. A série “Vital Organs” apresenta esses animais cnidários como órgãos vitais de nosso planeta e a instalação “Carcassa” sobre o branqueamento das colônias de coral devido ao estresse do aumento da temperatura dos mares.
Os “Triângulos”, de Vivian Caccuri traz a tona o menor símbolo relacionado a coletividade. Este elemento que possui diferentes significados ao redor do mundo é costurado com pedaços de instrumentos de percussão como cordas e baquetas trazendo a música e a arte como ferramentas de integração e união.
A pintura fluída e vibrante de Renata Egreja, os tecidos que se movem ao menor suspiro de Marina Weffort, telas com cheiro de noite molhada de Luiza Gottschalk e outras feitas com terra, de Bel Falleiros, trazem mais elementos para esse passeio dos sentidos. “Festa”, do artista Nazareno, alui a possibilidade de novos encontros e tem como suporte apenas marcas de taça de vinho e a memória de dias felizes.
“Just Breathe…” reune cerca de 50 trabalhos entre fotografias, colagens, esculturas, videos e pinturas de alguns dos mais singulares artistas do Brasil. A exposição é um convite ao diálogo sobre respeito, responsabilidade, coletividade, mas também um sopro de consciência para que possamos trabalhar juntos por um futuro melhor.
Felipe Hegg
2021 | Faces do Cairuçu | Leilão de fotografias únicas
Quando aceitei o convite de organizar e curar esse projeto, tinha claro que essa era uma oportunidade única de juntar três das minhas maiores paixões: a arte, a natureza e as pessoas.
Desde Trindade até Martins de Sá, às margens do monte que dá nome à região, o Cairuçu foi naturalmente preservado e protegido por uma questão geográfica. Em 1983, no entanto, foi transformada em uma APA (Área de Proteção Ambiental), onde até hoje é possível ter a sensação de como foi a chegada dos portugueses no Rio de Janeiro em 1502. A área guarda um dos mais importantes e intocados remanescentes de Mata Atlântica do nosso país e junto com ela, a bela e sábia cultura caiçara.
Durante os últimos meses, 25 artistas convidados desbravaram esse paraíso e com seus registros, criamos o Leilão de Fotografias Únicas - Faces do Cairuçu. O projeto, pensado em comemoração aos 18 anos da Associação Cairuçu, visa arrecadar recursos para seguir contribuindo com o trabalho educativo e de preservação da natureza nesta região.
A ideia de trabalharmos com fotografias únicas foi justamente de darmos mais valor e provocarmos a atenção do expectador para a beleza que pode acabar em um flash.
Faces do Cairuçu apresenta diversas visões desse paraíso e deixa evidente a vulnerabilidade e perfeição dessa região e povo que tanto precisam da nossa colaboração. Preservando a natureza não colaboramos apenas com a fauna e flora da região, mas também com nossa cultura e senso de pertencimento. Estou falando de comunidades subsistentes, colaborativas, praticantes da pesca de cerco, artesanato, compostas por pessoas boas como Dona Cida ou Senhor Eraldo, que entre outros, recontam e mantêm vivas lendas como a Mula Sem Cabeça da Praia Brava, o Demônio da Figueira e a tão misteriosa Mãe D’ouro, que sabiamente protege os tesouros, rios e montanhas do Cairuçu.
No auge da mais assustadora pandemia que vivemos, resgatamos um pouco do nosso senso de comunidade e de como precisamos nos unir para que possamos coexistir. Vamos aproveitar essa oportunidade ímpar de aprender com nossos amigos caiçaras a dividir a pesca com a comunidade e lutarmos juntos pela coexistência da natureza e do povo, através do diálogo, respeito e colaboração.
Além das obras escolhidas para o leilão, criamos também a Coleção de fotografias Faces do Cairuçu, com fotografias exclusivas em edições de 5, para que as belezas do Cairuçu possam encantar a vida de mais pessoas e relembrar como precisamos estar juntos nesse projeto de preservação do que ainda temos de mais lindo em nosso país.
Felipe Hegg
Imagens de cima para baixo: JR, João Farkas, Juliana Lewkowicz, Albano Afonso e Njideka Akunyili Crosby.
"Some in the private sector have already come to this conclusion and collected great return on that investment. Arts revive communities and reinforce the economy, create an active and vibrant society, and enhance safety."
Rania Elias